terça-feira, 12 de julho de 2011

Vale tudo para chegar ao poder?

O pesquisador Jeffrey Pfeffer defende que tudo, ou quase tudo, vale para a ascensão na carreira profissional. E você o que pensa?



Fonte: Portal HSM


O que acha de adular seu chefe para chegar ao poder? E cultivar um relacionamento amistoso com pessoas com as quais você não tem a menor afinidade? Para alguns, as ideias como essas, do pesquisador Jeffrey Pfeffer, são polêmicas, mas para outros ele tem somente uma abordagem mais crua e franca sobre a competição e a corrida para o poder nas corporações.

Na edição 87 da revista HSM Management você encontra uma entrevista exclusiva e provocativa desse autor. Conheça aqui no Portal HSM um pouco desse pensamento e como ele pode ser aplicado para alavancar sua carreira.



Poder
Pfeffer acredita que o poder é a capacidade de fazer com que as coisas sejam realizadas da maneira como se deseja. Se existem obstáculos, o profissional deve se esforçar para superar a oposição, porque nem todos concordarão com você o tempo todo. O maior obstáculo, porém, costuma estar no próprio indivíduo, quando não está disposto a fazer o que é exigido para sustentar o poder. O autor propõe até um esquema, que transformamos em infográfico, para ter e manter o poder.



Chefe feliz

Quando a pessoa consegue manter o chefe feliz, o desempenho não importa muito, acredita o professor. Mesmo com um bom desempenho, se a pessoa não a agrada, não há futuro para esse profissional. Se necessário, Pfeffer defende que até é preciso adulá-lo, descobrir quais são seus interesses e lhe mostrar suas afinidades. Tratá-lo com respeito e recorrer a ele em busca de ajuda também são boas ações.


Autopromoção

Se autopromover é estar sempre visível e fazer com que a outra pessoa saiba que você está realizando um trabalho de qualidade. O pesquisador defende que não precisamos nos preocupar tanto com o que pensam nossos pares, já que eles são, afinal, os que concorrem conosco por promoção. Muitos se preocupam demais com seus pares e não o suficiente com chefes e subordinados.


Bons contatos

O autor defende que é importante construir redes para obter poder. Obter bons contatos implica em abandonar uma zona de conforto e estar disposto a alternar o contato com pessoas que não conhecemos bem, mas que precisamos conhecer. Fazer uma lista daqueles com quem é preciso estar de acordo e avançar nessa direção é um bom começo.

As pessoas subestimam o poder dos laços frágeis –laços com pessoas que conhecemos muito bem– e preferem passar a maior parte do tempo com familiares e amigos próximos, que realmente são parecidos com elas e lidam com o mesmo tipo de informação.



Controvérsia
Pelos conceitos acima, e outros abordados em seu livro: Power: why some people have it –and others don’t (ed. Harper Collins), Pfeffer não é uma unanimidade. O Diretor adjunto da FGV Management SP e PEC - Programa de Educação Continuada, Paulo Mattos de Lemos explica: ”Uma teoria é a estruturação (framework), onde as variáveis são simplificadas ou linearizadas, para podermos entender a realidade. Mas as extrapolações e as generalizações são perigosas. O professor Pfeffer tem razão ao abordar as questões de poder nas organizações, o problema são as simplificações e as generalizações”.

Um dos pontos mais polêmicos é a relação com os chefes. “Muitas pessoas colocam a culpa de não terem sido promovidas no seu chefe. Existem chefes que gostam de ser adulados, mas sua organização não deve alcançar um desempenho que poderia ter se o chefe fosse mais profissional.

Em muitos casos falta ao funcionário habilidades interpessoais, que levam a ele não conseguir um bom relacionamento com o seu chefe, ou com os seus pares, ou com os seus subordinados. Com isto ele não consegue mostrar os resultados.”, completa. Na opinião de Lemos, a relação de qualquer um com os colegas deve ser acima de tudo profissional e tem que ser tanto prazerosa quanto “estratégica”, conforme a definição do próprio Pfeffer.

Com relação à autopromoção, Lemos acredita que divulgar as suas realizações, dentro do contexto do seu trabalho e com habilidade para não “ficar o tempo todo contando vantagem”, não pode ser considerado autopromoção, não no sentido pejorativo. “Se as pessoas da organização, inclusive o seu chefe, não ficam sabendo o que você realizou, como é que eles vão te dar crédito e, eventualmente, te promover?”.

De acordo com Lemos, quem tem poder suficiente não pode e não deve ser autoritário. As pessoas produzem muito mais quando são corretamente incentivadas e sabem que o chefe tem poder. O chefe não deve ficar alardeando o seu poder. As pessoas que dão muita importância ao cargo que ocupam são, em geral, incompetentes para ocupá-lo.

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