segunda-feira, 11 de maio de 2015

Profissionais que as empresas NÃO querem

Ele é mal humorado, desleixado no trabalho, dá pouca atenção aos detalhes, é reativo e não cuida da relação com seus pares. Veja como os supermercados e a própria pessoa pode mudar esse jogo
Não é de hoje que os mau humorados e reclamões marcam presença nos ambientes corporativos. O que vem mudando ao longo dos anos é a atenção que as organizações passaram a dar a questões ligadas ao comportamento no ambiente de trabalho.
Isso acontece porque as empresas já reconhecem o clima organizacional como um dos fatores de maior impacto na produtividade, na atração e na retenção de talentos. Processos que avaliem capacidade de interação e relacionamento já são adotados com frequência nos processos seletivos e nas avaliações de desempenho já são contempladas métricas e análises relacionadas a comportamento interpessoal.
Para Homero Reis, coach da consultoria homônima, essas ações foram implementadas, sobretudo pelas empresas que já têm políticas de gestão de pessoas bem estruturadas e que percebem o impacto da qualidade dos relacionamentos na diferenciação dos resultados. “Empresas sérias já acrescentaram essas questões em seus sistemas e métodos de avaliação por perceberem o quanto um ambiente de qualidade é propulsor de resultados de qualidade”, explica o especialista.
Como a empresa pode ajudar
Avaliação: estruture processos claros de avaliação de desempenho que contemplem análises sobre relacionamento interpessoal.
Coaching: em casos mais críticos que envolvam profissionais estratégicos, conte com a intervenção de um coaching.
Forme líderes: os líderes devem identificar os comportamentos ruins e inibi-los antes que prejudiquem mais pessoas e afetem o clima organizacional.
Pesquise: pesquisas de clima são instrumentos eficazes para perceber ruídos e propor soluções.
Comunicação: invista na comunicação da cultura da empresa e no que se espera dos profissionais em termos de comportamento e resultados.
Mas que tipo de comportamento praticado pelos colaboradores pode ser considerado inadequado para um bom ambiente de trabalho? A resposta é simples: mau humor, falta de cuidado com os pares, desleixo no trabalho, pouca atenção aos detalhes, reatividade e outros.
Além de serem mal vistos, esses maus hábitos podem colocar em risco o emprego e a reputação do profissional. Estudo realizado pela Catho aponta que o mau comportamento é o segundo maior motivo de desligamentos nas empresas. Outro levantamento, realizado pela coach e consultora Waleska Farias, mostra que 80% das demissões são causadas por problemas cotidianos como fofocas, uso de palavrões e falta de educação.
Embora esses números assustem, a empregabilidade não é o único fator que deve ser considerado na hora de buscar mudanças de atitudes. Manter uma boa relação no ambiente de trabalho é importante para o progresso profissional e o aumento do equilíbrio pessoal e do bem estar. Afinal, é no ambiente de trabalho que as pessoas passam boa parte dos seus dias.
Segundo o coach, a maior dificuldade nessas situações é a pessoa se auto avaliar e identificar quando está passando dos limites. “Normalmente o profissional acha que seu problema são os outros”, disse. Nesse caso, os processos de avaliação, as conversas de feedback e as intervenções de um coaching são algumas das ferramentas que podem capacitar e promover a auto avaliação. “É preciso submeter-se a avaliações e estar honestamente disposto e comprometido com o próprio desenvolvimento”, completa.
Eu sou um problema?
O profissional não precisa esperar um feedback negativo ou uma decisão extrema do empregador para identificar que o seu comportamento não está adequado. Com algumas atitudes simples é possível analisar as próprias atitudes e identificar saídas ou buscar ajuda.
Ouça: Encare os feedback como críticas construtivas. Ouça com atenção e tire tempo para pensar a respeito dos itens apontados.
Busque ajuda: Avalie o momento de consultar um coah ou um terapeuta.
Autoanálise: Esteja disposto a se auto questionar sempre. Pergunte-se: Por que isso acontece comigo? O que me falta para gerar resultados mais efetivos em minhas relações?
Mas, se engana quem acredita que esses problemas são causados apenas pelas pessoas. A apatia e a incapacidade de se relacionar pode também ser gerada pela própria empresa. “O ambiente de trabalho e a cultura instalada nele são fortes formadores de comportamentos. Ambientes saudáveis tendem a reproduzir relações saudáveis”, afirma Reis.
Quando isso não acontece os dois lados têm a perder. Do lado do empregador, há baixos resultados, fuga dos clientes e ambiente desfavorável. Já os profissionais tendem a prejudicar a própria carreira com dificuldades em conseguir bons resultados e promoções.
Funcionários e empresas devem se sentir responsáveis pela criação de um ambiente favorável e trabalhar juntos para mudanças de atitudes e comportamentos.
Por Marianna Abdo

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